sexta-feira, 24 de maio de 2013

O passo-a-passo da sequência didática

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Leitura
Etapa 1 - Atividade de escuta (tempo previsto: 15’)
Inicie uma conversa contando aos participantes que, para aprofundar o conhecimento das etapas que compõem a seqüência didática, vamos analisar, nesta oficina, uma seqüência didática. Para exemplificar, selecionamos um gênero bastante conhecido, principalmente pelos viajantes: reportagem turística.
Quando se pensa o ensino de qualquer gênero textual, é importante lembrar que o que se propõe é o ensino articulado de leitura, escrita e gramática desse gênero. Uma boa forma de ensinar gêneros textuais é organizar uma seqüência didática: um conjunto de atividades articuladas entre si, planejadas para ensinar um conteúdo passo a passo. 
Nesta Sala do Professores não vamos desenvolver todas as etapas da seqüência didática. Nossa proposta é fazer uma reflexão mais detalhada de três etapas em uma seqüência didática: ampliação de repertório; produção de texto coletivo e revisão e aprimoramento de texto.
Vale lembrar que para o ensino de gênero textuais em sala de aula é importante que o professor desenvolva a seqüência didática na íntegra, sem pular nenhuma etapa. 
Peça aos professores que pensem em um lugar pitoresco, atrativo, ou naquilo de que eles mais gostam na cidade em que vivem. Incentive-os a escrever uma frase ou um slogan interessante, que mobilize as pessoas a conhecerem esse local. Ao final, organize um painel com as frases, os slogans elaborados. Aproveite o painel para destacar quais os aspectos do lugar foram contemplados: atrações naturais (cachoeira, rio, praia, montanha, mata) ou culturais (museus, igrejas, monumentos, culinária, festas).
Etapa 2 (tempo previsto: 35’)
Divida os participantes em pequenos grupos. Convide-os a lerem o texto e identificarem as informações que aparecem na reportagem turística. Antes de iniciar a leitura, apresente quem é o autor e a situação de comunicação em que o texto foi escrito.
Texto escrito pela aluna Jéssica de Fátima Segatin, da 5ª série da E.E. Prof. Jethro Vaz de Toledo – Piracicaba/SP, vencedor da 1ª edição do Prêmio Escrevendo o Futuro em 2002, categoria “Reportagem”.
Dica - Coloque o mouse em cima do link/números e aparecerão observações sobre o texto
 
Pira, mistério, encanto e emoção (1) 
Arco, Tarco, Verva é assim a linguagem dos “caipiracicabanos”, um povo chamado de caipira, mas que se orgulha disso e se diverte o tempo todo com as beldades de Piracicaba, que se situa a 152 km de São Paulo, pela via Anhangüera. (2)
Cidade quente, apropriada para você se deliciar com os encantos naturais do Parque do Mirante, um área ecológica, com vista privilegiada para o Véu da Noiva, o salto formado pelo rio, sendo atração permanente e onde os mais variados peixes param. O rio de Piracicaba já jorrou águas para fora (como diz a música). Também é ponto tradicional da festa do Divino e de campeonatos de bóias.
O Horto Florestal de Tupi é muito visitado, pela sua beleza ecológica.
O Engenho Central, um cartão-postal, era usado como usina de cana-de-açúcar; é sede da peça Paixão de Cristo, a Festa das Nações, o Salão Internacional de Humor e exposições diversas.(3)
Piracicaba se destaca pelas diversas universidades como Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), Esalq (Escola Superior Luiz de Queiroz) etc.
A cidade maravilhosa cultiva a cultura, tendo o Museu Prudente de Moraes, o Teatro Municipal, a Casa do Povoador, o Museu da Água e a Casa do Artesão, não deixe de visitá-los.
Para quem gosta de ficar nas nuvens, precisa ir ao Aeroclube, para praticar pára-quedismo, esportes radicais e participar de campeonato de balonismo. Já para quem gosta de “se ralar” em Pira tem lugar para manobras radicais com seu skate. (4)
Piracicaba, terra da pamonha, da pinguinha boa, do caldo de cana, das modas de viola, do peixe no tambor acompanhado de um delicioso cuscuz, variados restaurantes e choperias, pontos de encontro de galera que curte badalações e agitos, com músicas ao vivo e com mesas ao ar livre.
A rua do Porto oferece esportes e atividades de lazer como canoagem e pesca e, nos fins de semana, bibliotecas,ambulantes e contadores de histórias para divertir a garotada.
Há quem diga que a história da cidade é das boas! Piracicaba, que eu adoro (5) tanto,na língua indígena significa “lugar onde o peixe pára”. Fundada por Antonio Correa Barbosa que, ao chegar aqui, só avistou tribos indígenas nas margens do brilhante e encantador rio. Garanto que você vai ser atraído por ele.
Traga muitas e variadas roupas, porque você vai sair muito para curtir e se divertir. Reservas? Não se preocupe. Temos uma grande rede de hotéis (6), do popular aconchegante ao sofisticado.
Contamos com rico artesanato, espalhado pela cidade, enfeitando os lugares e trazendo a alegria, através de bonecos e pinturas.
Seja bem-vindo a Piracicaba! Aqui você vem encantado e sai maravilhado! (7)


Etapa 3 (tempo previsto: 20’)
Para favorecer a troca de idéias, convide os grupos a apresentarem suas conclusões. Ao final, clique nos espaços indicados na reportagem turística, para que eles confrontem com suas observações.

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Para saber mais

A produção de uma reportagem turística
A produção de uma reportagem turística supõe a existência de uma situação na qual estão envolvidos, pelo menos, um editor que publica uma revista especializada em turismo e quer vendê-la,um repórter cujo trabalho é viajar e obter dados sobre lugares interessantes, e um redator,que é aquele que transforma os dados recolhidos pelo repórter em um texto dirigido para leitores que desejam viajar e compram revistas desse gênero para obter informações. O redator quando escreve, usa uma linguagem coloquial, como se estivesse conversando com seu leitor. Busca cativar esse leitor para conhecer o lugar descrito na sua reportagem, de maneira agradável e convidativa.
A cada gênero trabalhado é preciso explorar bem sua situação de produção própria e suas características gerais. No caso da Reportagem de Turismo, sugerimos, para entusiasmar os alunos,a criação de uma situação de produção para a escrita do gênero, que reproduza um ambiente de redação de revista em sala de aula. Os alunos serão repórteres que recolherão as informações geográficas e históricas, farão entrevistas com moradores locais, e escreverão a reportagem turística que será publicada em uma revista de turismo.
É importante auxiliá-los a se colocarem no lugar de repórter, num faz-de-conta gostoso. Isso fará com que eles se distanciem de seu modo habitual de ver a cidade, e possam olhá-la com "um olhar estrangeiro", olhar de quem vê a cidade pela primeira vez e necessita descrevê-la para seus leitores.
Como repórteres, eles podem visitar alguns lugares de sua cidade, colher dados sobre ele e descrevê-los de forma tão agradável que atraia os leitores a visitarem esse lugar. O primeiro passo é providenciar informações claras sobre acesso ao local, hospedagem, clima, etc. Além disso, é preciso descrever as atrações locais indo além de uma enumeração das qualidades do lugar.
É necessário que eles dominem adjetivos próprios desse gênero, usem expressões típicas que os turistas costumam encontrar em reportagens do gênero, empreguem uma linguagem coloquial, usando muitas vezes o pronome você, para construir um tom de intimidade com o leitor, colocar os verbos no presente, para dar a sensação de atualidade que o gênero precisa ter, utilizar persuasão em frases do tipo "Você não pode perder esse passeio", ou "O que está esperando para fazer as malas?"
Kit Itaú de Criação -Viagem pelas palavras – Reportagem / 2002.


Retirado do Blogger Alfabetizar é ir além de ler e escrever

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