A GALINHA E O OVO DE PÁSCOA
Autora: Eliana Sá
- Que dia gostoso de sol quentinho – D. Galinha até pensou:
– Hoje está bom para dar um passeio!!!
Empurrou o portão do galinheiro com o bico, e saiu para dar uma voltinha.
Cisca daqui, cisca dali... dona galinha deu de cara com uma coisa brilhante, muito estranha. Parecia um ovo! O ovo mais bonito que ela já vira em toda a sua vida...
- Que ovo mais enfeitado! Só pode ser um ovo de Pavão!!!
Na verdade D. Galinha não sabia que era domingo de Páscoa.
E que alguém, havia deixado cair um ovo de chocolate no quintal.
Ainda muito desconfiada D. Galinha tocou, escutou, cheirou o ovo e, criou coragem:
- Vou levar esse pobre enjeitado para casa.
E lá se foi D. Galinha com o ovo pelo bico toda contente. Colocou-o num canto escondido do galinheiro e começou a pensar:
- Como vou chocá-lo???
A essa altura todo o galinheiro já comentava a história.
O Sr. Papagaio que havia enxergado tudo lá do seu poleiro,
dava a notícia aos quatro cantos do terreiro:
- Alô??? Atenção para uma notícia chocante: ENCONTRADO UM OVO ENFEITADO COM LAÇO DE FITA AMARELA, FILHO DE PAIS DESCONHECIDOS. MAIS INFORMAÇÕES COM D. GALINHA, NO FUNDO DO QUINTAL!!!
E foi aquele corre, corre... Todos queriam ver o tal ovo. Ele era mesmo bonito, diferente mas, meio esquisito. D. Galinha que tinha achado o ovo dizia ser direito seu chocá-lo, mas D. Perua, d. Galinha d’Angola, D. Pata, D. Gansa também queriam chocá-lo.
Pronto!!! A confusão estava armada!!! Deixar que outra tivesse a glória de chocar o lindo ovo??? Nem pensar!!! D. Galinha queria para si, todas as honras.
- Se quiser comadre – disse D. Gansa - eu posso chocá-lo.
- Eu também, estou quase sem serviço em casa – retrucou D. Perua.
- Eu ajudo!!!
- Eu quero!!!
- Eu preciso!!!
- Calma, calma...senhoras. Não se incomodem, porque eu mesma vou chocar esse ovo.
Quero ter o prazer de ver o lindo bebê que sairá de dentro dele.
As comadres cansaram de tanto insistir mas, ainda esperaram algum tempo pra ver se ao menos teriam alguma chance de trocar com D. Galinha a vez de chocar o ovo.
Que nada!!! Não tiveram essa chance! D. Galinha, mais do que depressa, se colocou em cima do ovo. Ajeitou-se, abriu as asas para deixá-lo bem quentinho.
O tempo foi passando, o calorzinho aumentando e nem sinal do bebê.
Às vezes as comadres apareciam para saber notícias do ovo e, para dar palpites:
- Como é Comadre, já nasceu? – perguntou D. Carijó.
- Senta mais pra frente Comadre, uma pontinha do ovo está de fora...
Falou D. Galinha d’Angola.
- Abra mais as asas, quem sabe adianta – exclamou D. Pavoa.
- Levante um pouco para descansar – disse D. Gansa.
De repente... D. Galinha sentiu algo se mexer debaixo dela...
- É claro!!! Só podia ser o bebezinho finalmente!!!
Saiu de lado e, olhou para baixo de si:
- Não entendo... ao invés de quebrar, o ovo encolheu!!!
Do ninho ao lado, a D. Pata gritou:
- Comadre, Comadre. Desista... isso não dar certo!
D. Galinha pensou, pensou e... para não dar o braço a torcer, saiu devagar e sem jeito de cima do ovo. Resolvida a esconde-lo das amigas, carregou-o até a cerca e colocou-o em cima de uma pilha de adubos.
- Já que eu não consigo, ninguém mais toca no meu ovo. Amanhã quem sabe, tento de novo.
Voltou para o seu ninho e recomeçou a chocar os seus próprios ovinhos, esquecidos até agora.
- Com o tempo que perdi, teria chocado uma porção!!!
Assim, sempre disfarçando, D. Galinha deixou o tempo passar e, não contou pra ninguém que, desistira do lindo ovo.
O dia continuou quase igual a todos os outros.
À tardinha como de costume, Pedro apareceu para recolher os ovos dos ninhos espalhados pelo quintal. Naquele dia Pedro demorou mais...
Fuça daqui, fuça dali... Todo o galinheiro acompanhava com os olhos:
- O que será que ele procurava???
As aves começaram a desconfiar.
Muito espertos, D. Galinha d’Angola e o Sr. Papagaio já tinham descoberto tudo!!!
E então, começaram a dar pistas pra Pedro:
- Tá fraco, Tá fraco – gritava D. Galinha d' Angola quando ele estava longe da cerca.
- Ta forte, ta forte, ta forte!!! – ajudava o Sr. Papagaio quando Pedro se aproximava dos sacos de adubo.
De repente...
- Mãe, mãe... Achei, achei!!! - Pedro gritou feliz e correndo em direção a casa, carregando na mão o ovo colorido e enfeitado – Mãe, achei o ovo que o Coelhinho da Páscoa escondeu pra mim, só que tá meio murcho!!!
- Coelho??? Páscoa??? Mas... Coelhos não botam ovos!!! D. Galinha entendeu tudo, tudo!!!
Como evitar que todos soubessem o que realmente havia acontecido?
Mas agora era tarde, pois o galinheiro em peso olhavam fixo pra ela.
D. Galinha tonta de vexame e vermelha que nem tomate apenas conseguiu falar:
- Só mesmo uma boba como eu, para chocar ovo de chocolate!!!
Autora: Eliana Sá
- Que dia gostoso de sol quentinho – D. Galinha até pensou:
– Hoje está bom para dar um passeio!!!
Empurrou o portão do galinheiro com o bico, e saiu para dar uma voltinha.
Cisca daqui, cisca dali... dona galinha deu de cara com uma coisa brilhante, muito estranha. Parecia um ovo! O ovo mais bonito que ela já vira em toda a sua vida...
- Que ovo mais enfeitado! Só pode ser um ovo de Pavão!!!
Na verdade D. Galinha não sabia que era domingo de Páscoa.
E que alguém, havia deixado cair um ovo de chocolate no quintal.
Ainda muito desconfiada D. Galinha tocou, escutou, cheirou o ovo e, criou coragem:
- Vou levar esse pobre enjeitado para casa.
E lá se foi D. Galinha com o ovo pelo bico toda contente. Colocou-o num canto escondido do galinheiro e começou a pensar:
- Como vou chocá-lo???
A essa altura todo o galinheiro já comentava a história.
O Sr. Papagaio que havia enxergado tudo lá do seu poleiro,
dava a notícia aos quatro cantos do terreiro:
- Alô??? Atenção para uma notícia chocante: ENCONTRADO UM OVO ENFEITADO COM LAÇO DE FITA AMARELA, FILHO DE PAIS DESCONHECIDOS. MAIS INFORMAÇÕES COM D. GALINHA, NO FUNDO DO QUINTAL!!!
E foi aquele corre, corre... Todos queriam ver o tal ovo. Ele era mesmo bonito, diferente mas, meio esquisito. D. Galinha que tinha achado o ovo dizia ser direito seu chocá-lo, mas D. Perua, d. Galinha d’Angola, D. Pata, D. Gansa também queriam chocá-lo.
Pronto!!! A confusão estava armada!!! Deixar que outra tivesse a glória de chocar o lindo ovo??? Nem pensar!!! D. Galinha queria para si, todas as honras.
- Se quiser comadre – disse D. Gansa - eu posso chocá-lo.
- Eu também, estou quase sem serviço em casa – retrucou D. Perua.
- Eu ajudo!!!
- Eu quero!!!
- Eu preciso!!!
- Calma, calma...senhoras. Não se incomodem, porque eu mesma vou chocar esse ovo.
Quero ter o prazer de ver o lindo bebê que sairá de dentro dele.
As comadres cansaram de tanto insistir mas, ainda esperaram algum tempo pra ver se ao menos teriam alguma chance de trocar com D. Galinha a vez de chocar o ovo.
Que nada!!! Não tiveram essa chance! D. Galinha, mais do que depressa, se colocou em cima do ovo. Ajeitou-se, abriu as asas para deixá-lo bem quentinho.
O tempo foi passando, o calorzinho aumentando e nem sinal do bebê.
Às vezes as comadres apareciam para saber notícias do ovo e, para dar palpites:
- Como é Comadre, já nasceu? – perguntou D. Carijó.
- Senta mais pra frente Comadre, uma pontinha do ovo está de fora...
Falou D. Galinha d’Angola.
- Abra mais as asas, quem sabe adianta – exclamou D. Pavoa.
- Levante um pouco para descansar – disse D. Gansa.
De repente... D. Galinha sentiu algo se mexer debaixo dela...
- É claro!!! Só podia ser o bebezinho finalmente!!!
Saiu de lado e, olhou para baixo de si:
- Não entendo... ao invés de quebrar, o ovo encolheu!!!
Do ninho ao lado, a D. Pata gritou:
- Comadre, Comadre. Desista... isso não dar certo!
D. Galinha pensou, pensou e... para não dar o braço a torcer, saiu devagar e sem jeito de cima do ovo. Resolvida a esconde-lo das amigas, carregou-o até a cerca e colocou-o em cima de uma pilha de adubos.
- Já que eu não consigo, ninguém mais toca no meu ovo. Amanhã quem sabe, tento de novo.
Voltou para o seu ninho e recomeçou a chocar os seus próprios ovinhos, esquecidos até agora.
- Com o tempo que perdi, teria chocado uma porção!!!
Assim, sempre disfarçando, D. Galinha deixou o tempo passar e, não contou pra ninguém que, desistira do lindo ovo.
O dia continuou quase igual a todos os outros.
À tardinha como de costume, Pedro apareceu para recolher os ovos dos ninhos espalhados pelo quintal. Naquele dia Pedro demorou mais...
Fuça daqui, fuça dali... Todo o galinheiro acompanhava com os olhos:
- O que será que ele procurava???
As aves começaram a desconfiar.
Muito espertos, D. Galinha d’Angola e o Sr. Papagaio já tinham descoberto tudo!!!
E então, começaram a dar pistas pra Pedro:
- Tá fraco, Tá fraco – gritava D. Galinha d' Angola quando ele estava longe da cerca.
- Ta forte, ta forte, ta forte!!! – ajudava o Sr. Papagaio quando Pedro se aproximava dos sacos de adubo.
De repente...
- Mãe, mãe... Achei, achei!!! - Pedro gritou feliz e correndo em direção a casa, carregando na mão o ovo colorido e enfeitado – Mãe, achei o ovo que o Coelhinho da Páscoa escondeu pra mim, só que tá meio murcho!!!
- Coelho??? Páscoa??? Mas... Coelhos não botam ovos!!! D. Galinha entendeu tudo, tudo!!!
Como evitar que todos soubessem o que realmente havia acontecido?
Mas agora era tarde, pois o galinheiro em peso olhavam fixo pra ela.
D. Galinha tonta de vexame e vermelha que nem tomate apenas conseguiu falar:
- Só mesmo uma boba como eu, para chocar ovo de chocolate!!!
muito bom gostei da historia
ResponderExcluirOlá Jamilson, obrigado pelo comentário, pela visita e pelo carinho. Abraço!!
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