segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Jogos Pedagogicos com Materiais Reciclados

Memória de gavetinhas

Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Caixas de fósforo, letras do alfabeto impressas, papel contact e cola quente.
Como jogar/interagir: Tentar achar dentro da gavetinha a letra e o seu par.


Loto quadrinhos




Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Papelão, revistas em quadrinhos e contact.
Como jogar/interagir: Joga-se em grupos de quatro pessoas, cada um com uma cartela. Uma outra pessoa tira da caixa uma figura e fala para o grupo. Quem tiver a figura correspondente cantada coloca um feijão em cima. Quem completar a cartela primeiro ganha.



Lince



Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Papelão, cola, tinta, encartes de supermercado e contact.
Como jogar/interagir: Os jogadores recebem as cartelas com as figuras que estão o tabuleiro e depois do sinal, tentam localizar rapidamente a figura em cima do seu par correspondente. Vence quem colocar primeiro as figuras.



Jogo de Perguntas e respostas ecológicas




Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Sacolas plásticas, papel, garrafa plástica, tinta e cola.
Como jogar/interagir: Interagir com o brinquedo.



Jogo de damas de tampas



Autor: Binqueduca
Materiais utilizados: Papelão, fita adesiva colorida, tampas de garrafa de amaciante e tinta.
Como jogar/interagir: É jogado com dois parceiros, um com 12 pedras brancas e outro com 12 pedras pretas. Começa com quem está com as pedras brancas, a pedra só anda para a frente e uma casa de cada vez, podendo capturar tanto para a frente ou para trás. Quando ela atinge a última linha do tabuleiro é promovida à dama, que pode andar para frente e para trás quantas casas quiser, não podendo saltar uma pedra da mesma cor, não existindo sopro e duas ou mais peças juntas, na mesma diagonal, não podem ser capturadas. A pedra vale o mesmo que a dama. É obrigatório a captura de todas as peças que forem possíveis, podendo se passar mais de uma vez pela mesma casa vazia, não sendo permitido capturar duas vezes a mesma peça e as mesmas não podem ser retiradas do tabuleiro antes do fim do lance de captura. Após 20 lances consecutivos sem captura ou deslocamento de pedra a partida é considerada empatada assim como 5 lances consecutivos e finais de 2 damas contra 2 damas, 2 damas contra uma, 2 damas contra uma dama e uma pedra, uma dama contra uma dama e uma dama contra uma dama de uma pedra.

Jogo da velha  



Autor: Doação de escola
Materiais utilizados: 1 folha de papel cartão amarelo, 1 folha de papel cartão preto, 5 tampas amarelas e 5 tampas brancas.
Como jogar/interagir: O tabuleiro possui três linhas e três colunas, e é jogado com dois parceiros.  Cada jogador escolhe as tampas de uma cor (amarelas ou brancas). Os jogadores jogam alternadamente, uma marcação por vez, numa lacuna que esteja vazia. O objectivo é conseguir fazer uma linha  utilizando-se de três tampas, quer horizontal, vertical ou diagonal , e ao mesmo tempo, quando possível, impedir o adversário de ganhar na próxima jogada.


Forma palavras


Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Cilíndro de papelão, contact e palavras impressas.
Como jogar/interagir: Gire os elos e forme uma palavra.




Senha de entrada na sala


Autor: Doação de escola
Materiais utilizados: Tampas de garrafa pet numeradas, caneta e estojo para guardar.
Como jogar/interagir: Misture as tampas dentro do estojo e pegue uma para definir a ordem de entrada na sala de aula.



Retratos – Jogo da memória



Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Tampas de uma mesma cor, figuras de rostos e caixa de sapato.
Como jogar/interagir: Tentar encontrar os pares, virando uma carta por vez.


Resta um de joaninha


Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Papelão, tampinhas de garrafa, cola, tinta e fita adesiva.
Como jogar/interagir: Movimentam-se as peças em qualquer direção, com a intenção de capturar as peças até restar somente uma no tabuleiro.


Empilhe as tampas

Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Tampas coloridas de diferentes tamanhos, caixa de papelõ, cola, tinta e garrafa pet.
Como jogar/interagir: Empilhar respeitando a ordem de tamanho ou então, encaixar uma dentro da outra.


Dominó da multiplicação


Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Papelão, números impressos, contact.
Como jogar/interagir: Cada jogador pega 7 peças (que deverão estar todas viradas de cabeça para baixo) e as organiza, escondendo-as dos parceiros. Começa o jogo quem tiver a peça maior. O primeiro jogador coloca uma peça no centro da mesa e o próximo deverá colocar outra peça que tenha lado igual a um dos lados da mesa e assim por diante. Quem não tiver uma peça que possa ser colocada perde a vez. Vence o jogo quem terminar suas peças primeiro.


Quebra-cabeça


Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Caixas de fósforo, uma figura de revista, cola e contact.
Como jogar/interagir: Interagir com o brinquedo.



Delícia de memória



Autor: Doação de escola (EMEF Armelinda – 1ª Ano A)
Materiais utilizados: 1 vasilhame de chocolate em pó de plástico, 20 tampas de garrafa pet e 2 caixas de papelão iguais com figuras (caixas de bombom), cola.
Como jogar/interagir: Coloque as tampas viradas para baixo, com as tampas escondidas, misture-as e procure as tampas iguais.

Passa bolinhas


Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Garrafas pet, bolinhas de gude e durex colorido.
Como jogar/interagir: Tentar passar as bolinhas pelo funil dentro da garrafa.


Memória transportes


Autor: Brnqueduca
Materiais utilizados: Tampas de uma mesma cor, cola, garrafa pet e figuras de meios de transporte.
Como jogar/interagir: Tentar encontrar os pares, virando uma carta por vez.

Dominó em quadrinhos


Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Papelão, revistas em quadrinhos e contact.
Como jogar/interagir: Cada jogador pega 7 peças (que deverão estar todas viradas de cabeça para baixo) e as organiza, escondendo-as dos parceiros. O primeiro jogador coloca uma peça no centro da mesa e o próximo deverá colocar outra peça que tenha lado igual a um dos lados da peça da mesa, assim por diante. Quem não tiver uma peça que possa ser colocada perde a vez. Vence o jogo quem terminar suas peças primeiro.


Caixa do Tato


Materiais utilizados: Caixa de papelão, tintas, tesoura e.v.a. e cola ou fita adesiva.
Como jogar/interagir: Forme um cubo com a caixa de papelão e desenhe o rosto do palhaço. Recorte a boca do palhaço e cole os pedaços de e.v.a. por dentro da caixa, de forma que preencha a boca. Desenhe formas geométricas ou números nas laterais e recorte-os. Pinte os recortes e o rosto do palhaço.


Abaco


Autor: Concurso de brinquedos
Materiais utilizados: Vasilhame de shampoo, tinta, cola, papelão, papel, caixa de coador de café e jornal
Como jogar/interagir: Interagir com o brinquedo.


Bilboquê


Autor: Formação de professores
Materiais utilizados: Garrafa pet, barbante e  tinta.
Como jogar/interagir: Acertar a bola dentro do funil.


Boliche


Autor: Lixo arte
Materiais utilizados: Garrafas PET, bola de madeira e fita adesiva colorida
Como jogar/interagir: Cada jogador deve tentar derrubar o maior número de pinos arremessando a bola na direção dos mesmos.


Dado


Autor: Estagiária do Instituto  Estre Carol.
Materiais utilizados: Folhas sulfites e canetinhas coloridas.
Como jogar/interagir: Interagir com o brinquedo.


Vai e vem


Autor: Concurso de brinquedos
Materiais utilizados: Barbante, garrafa pet e fita adesiva
Como jogar/interagir: Cada jogador deve segurar um par de argolas nas pontas do brinquedo. Mantendo as tiras esticadas, o primeiro jogador deve abrir os braços, separando as argolas, enquanto o outro mantém os seus braços fechados, enquanto a garrafa pet chega até ele. Repete-se o movimento.


Mancala



Autor: Brinqueduca
Materiais utilizados: Caixa de ovos, tampas e milho.
Como jogar/interagir: O objetivo é colher o maior número possível de sementes. Terminada a partida, o jogador com mais sementes guardadas na sua mancala é o vencedor. O tabuleiro é dividido ao meio e são colocadas 4 sementes em cada cava de todo o tabuleiro. As duas cavas maiores são para guardar a colheita de cada jogador.  O primeiro jogador, recolhe suas sementes e coloca-as no sentindo anti-horário em cada uma das outras cavas, assim por diante. A colheita acontece quando um jogador coloca a última semente distribuída na jogada em uma das cavas do oponente e esta fica com duas ou três sementes. As sementes são colhidas e colocadas na mancala do jogador que semeou e colheu.  Se as cavas procedentes ainda tiverem sementes, elas são colhidas até encontrarem cavas vazias ou chegarem ao final do tabuleiro. Nunca se colhe no seu próprio lado do tabuleiro  O jogo termina quando todas as 6 casas de um lado do tabuleiro ficarem vazias. Se o oponente não tiver nenhuma semente e o jogador tiver condições de fazer um movimento que termine colocando sementes nas cavas do oponente, isso deverá ser feito, acarretando o término do jogo caso não o faça.



Jogo de damas


Autor: Doação de escola (EM Mª Miguel Jaubut – 3ª série – Profª Fernanda)
Materiais utilizados: Papelão, tinta e tampas de garrafa.
Como jogar/interagir: É jogado com dois parceiros, um com 12 pedras brancas e outro com 12 pedras pretas. Começa com quem está com as pedras brancas, a pedra só anda para a frente e uma casa de cada vez, podendo capturar tanto para a frente ou para trás. Quando ela atinge a última linha do tabuleiro é promovida à dama, que pode andar para frente e para trás quantas casas quiser, não podendo saltar uma pedra da mesma cor, não existindo sopro e duas ou mais peças juntas, na mesma diagonal, não podem ser capturadas. A pedra vale o mesmo que a dama. É obrigatório a captura de todas as peças que forem possíveis, podendo se passar mais de uma vez pela mesma casa vazia, não sendo permitido capturar duas vezes a mesma peça e as mesmas não podem ser retiradas do tabuleiro antes do fim do lance de captura. Após 20 lances consecutivos sem captura ou deslocamento de pedra a partida é considerada empatada assim como 5 lances consecutivos e finais de 2 damas contra 2 damas, 2 damas contra uma, 2 damas contra uma dama e uma pedra, uma dama contra uma dama e uma dama contra uma dama de uma pedra.


Memória de tampas


Autor: Doação de escola (EMEF Armelinda – 1ª Ano A)
Materiais utilizados: 18 caixas plásticas de rolos de filme, 18 tampas de garrafa pet coloridas (2 de cada cor), vasilhame com tampa.
Como jogar/interagir: Coloque as caixas plásticas viradas para baixo, com as tampas escondidas, misture-as e procure as tampas iguais.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Jogos Educacionais para Crianças Autistas


O projeto Autism Games é uma colaboração entre a Multimedia Swinburne University Design Program, Bulleen Heights Specialist School, Awinburne Autism Bio-Research Initiative (SABRI) e o National eTherapy Centre (NeTC). O objetivo deste projeto é ajudar crianças com autismo moderado a grave a desenvolverem habilidades de vida independente.
Criado por mais de 80 alunos 8 professores e 10 especialistas em autismo, o projeto representa mais de 16 mil horas de pesquisa e desenvolvimento.

O projeto Autism Games integra dois sites: 
  •  AutismGames -   para pais e professores com instruções sobre como usar os jogos e seus objetivos;
  •  WhizKidGames - com os jogos para as crianças. 

Jogos matemáticos


O site IXL oferece uma grande variedade de jogos matemáticos organizados por categoria e de acordo com o nível dos alunos, tornando a prática da matemática divertida com atividades desafiadoras e estimulantes.

Laboratório virtual de Matemática


Conteúdo Elaborado na Unijuí em parceria com o NTE de Ijuí e RIVED/SEE/MEC com participação de alunos de Matemática , Física, Informática e Design professores da rede Estadual e Municipal de municípios ligados à 36 CRE/Ijuí Matemática , Física, Informática e Design professores da rede Estadual e Municipal de municípios ligados à 36 CRE/Ijuí .
"Nesse espaço é possivel encontrar diversos softwares on-line, já divididos por etapas. Também é possivel encontrar um conjunto de links, dicas e apostilas. 

Educopédia




A Educopédia é uma plataforma online colaborativa de aulas digitais, onde alunos e professores podem acessar atividades autoexplicativas de forma lúdica e prática, de qualquer lugar e a qualquer hora. As aulas incluem planos de aula e apresentações voltados para professores que queiram utilizar as atividades nas salas, com os alunos.
 As atividades incluem vídeos, animações, imagens, textos, podcasts, mini-testes e jogos, seguindo um roteiro pré-definido que obedece a teorias de metacognição. A plataforma visa melhorar a qualidade da experiência educacional, a partir da utilização das novas tecnologias e novas descobertas da neurociência, para a criação de um modelo pedagógico que melhor responda às demandas das crianças e jovens.

Jogos para Crianças Autistas



Jogo desenvolvido para crianças autistas entre cinco e nove anos  permite à criança associar nomes e imagens de objetos, ampliando seu vocabulário. Também pode ser utilizado com crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Existe ainda a possibilidade de configurar o jogo para que, em vez de objetos, apareçam palavras, o que o torna útil também para auxiliar no aprendizado das palavras escritas.

Os Pensadores da Educação

Jean Piaget


O cientista suíço revolucionou o modo de encarar a educação de crianças ao mostrar que elas não pensam como os adultos


Jean Piaget
Piaget acreditou e comprovou que o conhecimento vem das descobertas que a criança faz

Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896. Aos 10 anos publicou seu primeiro artigo científico, sobre um pardal albino. Desde cedo interessado em filosofia, religião e ciência, formou-se em biologia na Universidade de Neuchâtel e, aos 23 anos, mudou-se para Zurique, onde começou a trabalhar com o estudo do raciocínio da criança sob a ótica da psicologia experimental. Em 1924, publicou o primeiro de mais de 50 livros, A Linguagem e o Pensamento na Criança. Antes do fim da década de 1930, já havia ocupado cargos importantes nas principais universidades suíças, além da diretoria do Instituto Jean-Jacques Rousseau, ao lado de seu mestre, Édouard Claparède (1873-1940). Foi também nesse período que acompanhou a infância dos três filhos, uma das grandes fontes do trabalho de observação do que chamou de "ajustamento progressivo do saber". Até o fim da vida, recebeu títulos honorários de algumas das principais universidades européias e norte-americanas. Morreu em 1980 em Genebra, na Suíça.

Jean Piaget foi o nome mais influente no campo da educação durante a segunda metade do século 20, a ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia. Não existe, entretanto, um método Piaget, como ele próprio gostava de frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de mais nada, Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente a criança. Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que denominou epistemologia genética – isto é, uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança. Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios,
desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida.
“A grande contribuição de Piaget foi estudar o raciocínio lógico-matemático, que é fundamental na escola mas não pode ser ensinado, dependendo de uma estrutura de conhecimento da criança”, diz Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia, mas, de certa forma, demonstraram que a transmissão de conhecimentos é uma possibilidade limitada. Por um lado, não se pode fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de absorver. Por outro, mesmo tendo essas condições, não vai se interessar a não ser por conteúdos que lhe façam falta em termos cognitivos.

Isso porque, para o cientista suíço, o conhecimento se dá por descobertas que a própria criança faz – um mecanismo que outros pensadores antes dele já haviam intuído, mas que ele submeteu à comprovação na prática. Vem de Piaget a idéia de que o aprendizado
é construído pelo aluno e é sua teoria que inaugura a corrente construtivista. Educar, para Piaget, é “provocar a atividade” – isto é, estimular a procura do conhecimento. “O professor não deve pensar no que a criança é, mas no que ela pode se tornar”, diz Lino de Macedo. 

totalgifs.com borboletas gif gif 74.gifAssimilação e 

                       Acomodação

Com Piaget, ficou claro que as crianças não raciocinam como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica. Essa inserção se dá mediante dois mecanismos: assimilação e acomodação.

O primeiro consiste em incorporar objetos do mundo exterior a esquemas mentais reexistentes. Por exemplo: a criança que tem a idéia mental de uma ave como animal voador, com penas e asas, ao observar um avestruz vai tentar assimilá-lo a um esquema que não corresponde totalmente ao conhecido. Já a acomodação se refere a modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo externo. Assim, depois de aprender que um avestruz não voa, a criança vai adaptar seu conceito “geral” de ave para incluir as que não voam.


totalgifs.com borboletas gif gif 74.gifAjudando o desenvolvimento
                        do aluno
A obra de Piaget leva à conclusão de que o trabalho de educar crianças não se refere tanto à transmissão de conteúdos quanto a favorecer a atividade mental do aluno. Conhecer sua obra, portanto, pode ajudar o professor a tornar seu trabalho mais eficiente. Algumas escolas planejam as suas atividades de acordo com os estágios do desenvolvimento cognitivo. Nas classes de Educação Infantil com crianças entre 2 e 3 anos, por exemplo, não é difícil perceber que elas estão em plena descoberta da representação. Começam a brincar de ser outra pessoa, com imitação das atividades vistas em casa e dos personagens das histórias. A escola fará bem em dar vazão a isso promovendo uma ampliação do repertório de referências. Mas é importante lembrar que os modelos teóricos são sempre parciais e que, no caso de Piaget em particular, não existem receitas para a sala de aula.


totalgifs.com borboletas gif gif 74.gifPara pensar

Os críticos de Piaget costumam dizer que ele deu importância excessiva aos processos individuais e internos de aquisição do aprendizado. Os que afirmam isso em geral contrapõem a obra piagetiana à do pensador bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934). Para ele, como para Piaget, o aprendizado se dá por interação entre estruturas internas e contextos externos. A diferença é que, segundo
Vygotsky, esse aprendizado depende fundamentalmente da influência
ativa do meio social, que Piaget tendia a considerar apenas uma
“interferência” na construção do conhecimento. “É preciso lembrar
que Piaget queria abordar o conhecimento do ponto de vista
de qualquer criança”, diz Lino de Macedo em defesa do cientista
suíço. Pela sua experiência em sala de aula, que peso o meio social
tem nos processos propriamente cognitivos das crianças? Como você pode influir nisso?

totalgifs.com borboletas gif gif 74.gifLivros que ele escreveu
Biologia e Conhecimento
Epistemologia Genética, de Jean Piaget

totalgifs.com borboletas gif gif 74.gifFrases 
“O conhecimento não pode ser uma cópia, visto que é sempre uma relação entre objeto e sujeito”
“Se o indivíduo é passivo intelectualmente, não conseguirá ser livre moralmente” 


totalgifs.com borboletas gif gif 74.gifO que ler:
Linguagem e pensamento na criança, J. Piaget (1923)
Formação do símbolo na criança, J. Piaget (1946)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Os Pensadores da Educação


Emilia Ferreiro

A psicolinguista argentina desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever, o que levou os educadores a reverem radicalmente seus métodos


Foto: Os livros de Emilia Ferreiro chegaram aqui nos anos 80 e logo alcançaram grande repercussão
Os livros de Emilia Ferreiro chegaram aqui nos anos 80 e logo alcançaram grande repercussão



Emilia Ferreiro nasceu na Argentina em 1936. Doutorou-se na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, cujo trabalho de epistemologia genética (uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança) ela continuou, estudando um campo que o mestre não havia explorado: a escrita. A partir de 1974, Emilia desenvolveu na Universidade de Buenos Aires uma série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas em Psicogênese da Língua Escrita, assinado em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky e publicado em 1979. Emilia é hoje professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, da Cidade do México, onde mora. Além da atividade de professora – que exerce também viajando pelo mundo, incluindo freqüentes visitas ao Brasil –, a psicolinguista está à frente do site www.chicosyescritores.org, em que estudantes escrevem em parceria com autores consagrados e publicam os próprios textos.

Nenhum nome teve mais influência sobre a educação brasileira nos últimos 20 anos do que o da psicolingüista argentina Emilia Ferreiro. A divulgação de seus livros no Brasil, a partir de meados dos anos 1980, causou um grande impacto sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização, influenciando as próprias normas do governo para a área, expressas nos Parâmetros Curriculares Nacionais. As obras de Emilia – Psicogênese da Língua Escrita é a mais importante – não apresentam nenhum método pedagógico, mas revelam os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita. “A história da alfabetização pode ser dividida em antes e depois de Emilia Ferreiro”, diz a educadora Telma Weisz, que foi aluna da psicolinguista.

Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança – ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita. De maneira equivocada, muitos consideram o construtivismo um método.

Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento – daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão para a prática escolar é transferir o foco da escola – e da alfabetização em particular – do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno. “Até então, os educadores só se preocupavam com a aprendizagem quando a criança parecia não aprender”, diz Telma Weisz. “Emilia Ferreiro inverteu essa ótica com resultados surpreendentes.”
Ideias que o Brasil adotouGif de borboleta
As pesquisas de Emilia Ferreiro e o termo construtivismo começaram a ser divulgados no Brasil no início da década de 1980. As informações chegaram primeiro ao ambiente de congressos e simpósios de educadores. O livro-chave de Emilia, Psicogênese da Língua Escrita, saiu em edição brasileira em 1984. As descobertas que ele apresenta tornaram-se assunto obrigatório nos meios pedagógicos e se espalharam pelo Brasil com rapidez, a ponto de a própria autora manifestar sua preocupação quanto à forma como o construtivismo estava sendo encarado e transposto para a sala de aula. Mas o construtivismo mostrou sua influência duradoura ao ser adotado pelas políticas oficiais de vários estados brasileiros. Uma das experiências mais abrangentes se deu no Rio Grande do Sul, onde a Secretaria Estadual de Educação criou um Laboratório de Alfabetização inspirado nas descobertas de Emilia Ferreiro. Hoje, o construtivismo é a fonte da qual derivam várias das diretrizes oficiais do Ministério da Educação. Segundo afirma a educadora Telma Weisz na apresentação de uma das reedições de Psicogênese da Língua Escrita, "a mudança da compreensão do processo pelo qual se aprende a ler e a escrever afetou todo o ensino da língua", produzindo "experimentação pedagógica suficiente para construir, a partir dela, uma didática".
 Etapas de aprendizadoGif de borboleta
Segundo Emilia, a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela. No processo, a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar do código lingüístico e dominá-lo. O tempo necessário para o aluno transpor cada uma das etapas é muito variável. Duas das conseqüências mais importantes do construtivismo para a prática de sala de aula são respeitar a evolução de cada criança e compreender que um desempenho mais vagaroso não significa que ela seja menos inteligente ou dedicada do que as demais. Outra noção que se torna importante para o professor é que o aprendizado não é provocado pela escola, mas pela própria mente das crianças e, portanto, elas já chegam a seu primeiro dia de aula com uma bagagem de conhecimentos. “Emilia mostrou que a construção do conhecimento se dá por sequências de hipóteses”, diz Telma Weisz.

De acordo com a teoria exposta em Psicogênese da Língua Escrita, toda criança passa por quatro fases até que esteja alfabetizada:
pré-silábica: não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada;
silábica: interpreta a letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada uma;
silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas;
alfabética: domina, enfim, o valor das letras e sílabas.

O princípio de que o processo de conhecimento por parte da criança deve ser gradual corresponde aos mecanismos deduzidos por Piaget, segundo os quais cada salto cognitivo depende de uma assimilação e de uma reacomodação dos esquemas internos, que necessariamente levam tempo. É por utilizar esses esquemas internos, e não simplesmente repetir o que ouvem, que as crianças interpretam o ensino recebido. No caso da alfabetização, isso implica uma transformação da escrita convencional dos adultos. Para o construtivismo, nada mais revelador do funcionamento da mente de um aluno do que seus supostos erros, porque evidenciam como ele “releu” o conteúdo aprendido. O que as crianças aprendem não coincide com aquilo que lhes foi ensinado.

Compreensão do conteúdoGif de borboleta

Com base nesses pressupostos, Emilia Ferreiro critica a alfabetização tradicional, porque julga a prontidão das crianças para o aprendizado da leitura e da escrita por meio de avaliações de percepção (capacidade de discriminar sons PARA PENSAR e sinais, por exemplo) e de motricidade (coordenação, orientação espacial etc.). Dessa forma, dá-se peso excessivo para um aspecto exterior da escrita (saber desenhar as letras) e deixa-se de lado suas características conceituais, ou seja, a compreensão da natureza da escrita e sua organização. Para os construtivistas, o aprendizado da alfabetização não ocorre desligado do conteúdo da escrita.

É por não levar em conta o ponto mais importante da alfabetização que os métodos tradicionais insistem em introduzir os alunos à leitura com palavras aparentemente simples e sonoras (como babá, bebê, papa), mas que, do ponto de vista da assimilação das crianças, simplesmente não se ligam a nada. Segundo o mesmo raciocínio equivocado, o contato da criança com a organização da escrita é adiado para quando ela já for capaz de ler as palavras isoladas, embora as relações que ela estabelece com os textos inteiros sejam enriquecedoras desde o início. Compreender a escrita interiormente significa compreender um código social. Por isso, segundo Emilia Ferreiro, a alfabetização também é uma forma de se apropriar das funções sociais da escrita. De acordo com suas conclusões, desempenhos díspares apresentados por crianças de classes sociais diferentes na alfabetização não revelam capacidades desiguais, mas o acesso maior ou menor a textos lidos e escritos desde os primeiros anos de vida.
Para pensarGif de borboleta
Segundo os construtivistas, não se aprende por pedacinhos, mas por mergulhos em conjuntos de problemas que envolvem vários conceitos simultaneamente. No caso da alfabetização, utilizar textos do cotidiano é muito mais produtivo do que seguir uma cartilha. Isso não quer dizer que o ensino não deva ser objeto de planejamento e sistematização. Você, professor, costuma ficar atento ao que cada aluno já sabe para fazer com que avance, em ritmo próprio?
Livros Gif de borboleta 
• Cultura Escrita e Educação, Ed. Artmed 
• Psicogênese da Língua Escrita, com Ana Teberosky, Ed. Artmed

FrasesGif de borboleta 
“Quem tem muito pouco, ou quase nada, merece que a escola lhe abra horizontes”
“Um dos maiores danos que se pode causar a uma criança é levá-la a perder a confiança na sua própria capacidade de pensar” 


Os Pensadores da Educação


Lev Vygotsky


A obra do psicólogo ressalta o papel da escola no desenvolvimento mental das crianças e é uma das mais estudadas pela pedagogia contemporânea



Foto: Lev Vygotsky morreu há mais de 70 anos, mas sua obra continua em pleno processo de descoberta
Lev Vygotsky morreu há mais de 70 anos, mas sua obra continua em pleno processo de descoberta


Lev Semenovitch Vygotsky nasceu em 1896 em Orsha, pequena cidade perto de Minsk, a capital da Bielo-Rússia, região então dominada pela Rússia (e que só se tornou independente em 1991, com a desintegração da União Soviética, adotando o nome de Belarus). Seus pais eram de uma família judaica culta e com boas condições econômicas, o que permitiu a Vygotsky uma formação sólida desde criança. Ele teve um tutor particular até entrar no curso secundário e se dedicou desde cedo a muitas leituras. Aos 18 anos, matriculou-se no curso de medicina em Moscou, mas acabou cursando a faculdade de direito. Formado, voltou a Gomel, na Bielo-Rússia, em 1917, ano da revolução bolchevique, que ele apoiou. Lecionou literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório de psicologia - área em que rapidamente ganhou destaque, graças a sua cultura enciclopédica, seu pensamento inovador e sua intensa atividade, tendo produzido mais de 200 trabalhos científicos. Em 1925, já sofrendo da tuberculose que o mataria em 1934, publicou A Psicologia da Arte, um estudo sobre Hamlet, de William Shakespeare, cuja origem é sua tese de mestrado.

O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky morreu há 74 anos, mas sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil. "Ele foi um pensador complexo e tocou em muitos pontos nevrálgicos da pedagogia contemporânea", diz Teresa Rego, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Ela ressalta, como exemplo, os pontos de contato entre os estudos de Vygotsky sobre a linguagem escrita e o trabalho da argentina Emilia Ferreiro, a mais influente dos educadores vivos.

A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Aos educadores interessa em particular os estudos sobre desenvolvimento intelectual. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.



Gif de borboletaO Papel do Adulto
Todo aprendizado é necessariamente mediado - e isso torna o papel do ensino e do professor mais ativo e determinante do que o previsto por Piaget e outros pensadores da educação, para quem cabe à escola facilitar um processo que só pode ser conduzido pelo próprio aluno. Segundo Vygotsky, ao contrário, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a criança "se apropria" dele, tornando-o voluntário e independente.

Desse modo, o aprendizado não se subordina totalmente ao desenvolvimento das estruturas intelectuais da criança, mas um se alimenta do outro, provocando saltos de nível de conhecimento. O ensino, para Vygotsky, deve se antecipar ao que o aluno ainda não sabe nem é capaz de aprender sozinho, porque, na relação entre aprendizado e desenvolvimento, o primeiro vem antes. É a isso que se refere um de seus principais conceitos, o de zona de desenvolvimento proximal, que seria a distância entre o desenvolvimento real de uma criança e aquilo que ela tem o potencial de aprender - potencial que é demonstrado pela capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um adulto. Em outras palavras, a zona de desenvolvimento proximal é o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que ela está perto de conseguir fazer sozinha. Saber identificar essas duas capacidades e trabalhar o percurso de cada aluno entre ambas são as duas principais habilidades que um professor precisa ter, segundo Vygotsky.


Gif de borboletaExpansão dos Horizontes Mentais
Como Piaget, Vygotsky não formulou uma teoria pedagógica, embora o pensamento do psicólogo bielo-russo, com sua ênfase no aprendizado, ressalte a importância da instituição escolar na formação do conhecimento. Para ele, a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente. Ao formular o conceito de zona proximal, Vygotsky mostrou que o bom ensino é aquele que estimula a criança a atingir um nível de compreensão e habilidade que ainda não domina completamente, "puxando" dela um novo conhecimento. "Ensinar o que a criança já sabe desmotiva o aluno e ir além de sua capacidade é inútil", diz Teresa Rego. O psicólogo considerava ainda que todo aprendizado amplia o universo mental do aluno. O ensino de um novo conteúdo não se resume à aquisição de uma habilidade ou de um conjunto de informações, mas amplia as estruturas cognitivas da criança. Assim, por exemplo, com o domínio da escrita, o aluno adquire também capacidades de reflexão e controle do próprio funcionamento psicológico.


Gif de borboletaPara Pensar
Vygotsky atribuiu muita importância ao papel do professor como impulsionador do desenvolvimento psíquico das crianças. A idéia de um maior desenvolvimento conforme um maior aprendizado não quer dizer, porém, que se deve apresentar uma quantidade enciclopédica de conteúdos aos alunos. O importante, para o pensador, é apresentar às crianças formas de pensamento, não sem antes detectar que condições elas têm de absorvê-las. E você? Já pensou em elaborar critérios para avaliar as habilidades que seus alunos já têm e aquelas que eles poderão adquirir? Percebe que certas atividades estimulam as crianças a pensar de um modo novo e que outras não despertam o mesmo entusiasmo?


Gif de borboletaFrases
"O saber que não vem da experiência não é realmente saber"

"O caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa por outra pessoa"



Gif de borboletaO que ler
A Formação Social da Mente, Lev S. Vygotsky, 224 págs., Ed. Martins Fontes;
Vygotsky – Aprendizado e Desenvolvimento, Marta Kohl de Oliveira, 112 págs., Ed. Scipione.